Nota da Direção

À  comunidade do Instituto de Psicologia da UERJ

Nesta semana fomos surpreendidos com um desenho da SS (a tropa de choque do mais nefasto de todos os regimes, o nazismo) em uma de nossas paredes. Nosso horror a essa indigna manifestação de descompromisso com a Vida, os Direitos Humanos e a Democracia, veio também acompanhado de uma certeza: a de que não foi feita por nenhum membro de nossa comunidade acadêmica da Psicologia.

Nós da Psicologia, um conhecimento ancorado nos Direitos Humanos, não somos capazes de produzir uma grave agressão em uma caricatura grotesca, de referência a um regime genocida que assassinou civis judeus, ciganos, homossexuais e dissidentes políticos e provocou uma guerra em que morreram 80 milhões de pessoas.

Apagaremos este signo da parede. Apagaremos uma apologia do terror e da barbárie, mas não queremos apagar da memória de todos nós o que ocorreu para que nunca mais aconteça. A direção do Instituto de Psicologia solicitará a todos os docentes que recordem nas salas de aula sobre esse tempo e suas consequências.

Consideramos esse fato grave e compreendemos que há uma tentativa de terroristas de extrema direita de instituir um novo tempo de terror. As ameaças na internet às nossas instituições acadêmicas e escolares e a tragédia de Blumenau devem ser consideradas na gravidade que tem. Entretanto, nós da Psicologia, defensores dos Direitos Humanos, não cederemos ao terror que se alimenta do medo. Enfrentaremos aqui com nossas armas: educação, respeito, tolerância e solidariedade.

Comunicamos ao Reitor da UERJ sobre este acontecimento. Que investiguem, descubram os autores e os punam exemplarmente. Não há cumplicidade com quem pretende destruir a humanidade.

Nossa profunda solidariedade aos judeus que fazem parte de nossa comunidade, sabemos o quanto isto os afeta e o quanto é cruel. Nossa solidariedade aos ciganos e à comunidade LBGTQI+, também sabemos que regimes totalitários não aceitam as diferenças étnicas e de orientação sexual. Nossa solidariedade a todos os democratas, temos a convicta posição de que a liberdade de opinião, que não inclui o nazifascismo, é uma conquista civilizatória.

O terror não vencerá. O medo não prevalecerá.

Pela vida, pela liberdade e pela democracia.

 Uerj, 12  de abril  de 2023

Ana  Maria Jacó Vilela

Ricardo Vieiralves de Castro

psicologia_uerj

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