Instituto de Psicologia lamenta o falecimento da professora Heliana Conde
É com profundo pesar que informamos o falecimento da Professora Heliana de Barros Conde Rodrigues (1949-2024). Sem dúvida, uma querida mestre e colega cuja existência é daquelas que permanecerá viva e pulsante nos corredores e salas de aula da UERJ. Sua trajetória como intelectual é de enorme importância para a psicologia brasileira e para a universidade, à qual dedicou grande parte da sua vida.
No Instituto de Psicologia, atuou como docente no curso de Graduação de 1989 a 2023, foi editora da revista Mnemosine desde sua fundação até 2024 e foi uma das coordenadoras do Laboratório Clio-Psyché até 2008. Também foi professora no curso de Especialização em Psicologia Jurídica e nos Programas de Pós-Graduação em Psicologia Social e em Políticas Públicas e Formação Humana. Além disso, Heliana atuou no Instituto Brasileiro de Psicanálise, Grupos e Instituições (IBRAPSI), na Universidade Santa Úrsula (USU) e no Mestrado em Psicologia Institucional da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), e integrou a primeira composição da Comissão Nacional de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia (CFP), em 1997.
Heliana deixa seus brilhantes e indomáveis rastros nos campos da Análise Institucional, das práticas grupais, das abordagens contra-hegemônicas da História Oral, da luta antimanicomial, da problematização da formação psi no Brasil e nos estudos de Michel Foucault – destacando-se a singularidade e originalidade da sua pesquisa em torno dos efeitos e ressonâncias da presença do autor no Brasil – através de numerosas e valiosas publicações, palestras, aulas, traduções e orientações. Dentre suas principais obras, estão Ensaios sobre Michel Foucault no Brasil: presença, efeitos, ressonâncias (Lamparina, 2016); Análise institucional, genealogia, história oral: fabricando intercessores em pesquisa e intervenção (Appris, 2019); As subjetividades em revolta: Institucionalismo francês e novas análises (Lamparina, 2020); No rastro dos “cavalos do diabo”: Memória e história para uma reinvenção de percursos do paradigma do grupalismo-institucionalismo no Brasil (Lamparina, 2023). Artista da escrita, mestre de um estilo de pensamento e ação política inconfundíveis, contagiantes, tramando encontros entre a irreverência e o espírito crítico, Heliana sempre abriu uma brecha de alegria, força e beleza em tudo o que fez, rasgando um caminho luminoso de combate ao conformismo pela via do pensamento e da crítica do presente.
